domingo, 2 de outubro de 2011

As oito grandes cruzadas.(EMIEP)

1ª Cruzada, 1095-1099


O Papa Gregório VII já pensava em organizar uma expedição contra os turcos para reconquistar Jerusalém, mas foi o Papa Urbano (1088-1099), que recebeu do imperador bizantino Aleixo I, pedido de ajuda militar contra os infiéis mulçumanos e no Conc. de Clermont em 1095, o Papa convocou os cristãos para "levar a Cruz" contra os agressores mulçumanos.
Antes da partida dos cavaleiros designados pelo Concílio, um grupo de fiéis pobres, desarmados e sem organização alguma, partiram em direção a Jerusalém sob a liderança de Pedro, o Eremita - a Cruzada dos Mendigos, como ficou conhecida - e foi totalmente destruída ao chegar à Ásia Menor.
Em 1096 os cavaleiros cruzados partiram sob o comando de Godofredo de Bulhões e outros nobres não-reis, sitiaram Nicéia e Antioquia e entraram em Jerusalém em julho de 1099 após um cerco de cinco semanas.
Os Cruzados fundaram no Oriente Médio uma série de estados cristãos, segundo sistema feudal europeu. O reino de Jerusalém foi chefiado por Godofredo de Bulhões e após a sua morte foi substituído por Balduíno de Flandres que governou como rei, de 1100 até 1118.

2ª Cruzada, 1147-1149



Organizada após a reconquista de Edessa pelos árabes em 1144, S. Bernardo de Claraval a pregou pela Europa.e comandada por Conrado III da Alemanha e Luís VII da França, foi derrotada em Doriléia e as tentativas de reorganizá-la contra Damasco e Ascalon também fracassaram.



3ª Cruzada, 1189-1192



É a famosa Cruzada dos Reis, organizada após a conquista de Jerusalém por Saladino, em 1187. Encorajados pelo Papa Inocêncio III, dela participaram os reis Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), Filipe Augusto (França) e Frederico Barbarruiva (Sacro Império Germânico), morto em batalha, assim como seu filho, Frederico da Suábia.
Ricardo Coração de Leão assinou um armistício com o Sultão Saladino, pelo qual os cristãos eram autorizados a peregrinar até Jerusalém e recebeu um territórrio entre Tiro e Jaffa.



4ª Cruzada, 1202-1204




Convocada pel Papa Inocêncio III com a finalidade de se dirigir ao Egito, o imperador alemão Henrique VI começou a organiza-la em 1197, tendo a adesão de nobres franceses como Bonifácio de Monferrat e Balduíno de Flandres.
Sua característica foi a de ser exclusivamente marítima, uma vez que recebeu o transporte pelo Doge de Veneza, Enrico Dandolo e, como compensação, os venezianos exigiram a tomada do porto de Zara, no Mar Adriático, estratégicamente localizado entre Veneza e Constantinopla.
Devido as atrocidades cometidas pelos venezianos contra os cristãos de Zara, o Papa Inocêncio III excomumgou-os.
O príncipe Aleixo, do império bizantino propôs então a Dandolo um acordo, no qual os cruzados ajudariam-no a tomar de Aleixo III, o trono de seu pai deposto, Isaac, em troca do monopólio comercial com Constantinopla e uma soma em dinheiro para pagar o transporte dos cruzados até o Egito.
Após vencerem, recolocaram Isaac no trono, mas este não conseguiu o dinheiro prometido aos cristãos que lhe tomaram o trono e saquearam e mataram impiedosamente os habitantes da cidade.
Assim foi formado o Império Latino de Constantinopla governado por Balduíno, tutelado pelso venezianos, que durou até 1261, quando, satisfeitos com o saque, os cruzados abandonaram seus objetivos e voltaram à Itália, após os genoveses terem tomado a cidade.


5ª Cruzada, 1217-1221


A chamada Cruzada das Crianças, foi organizada em 1212, composta por jovens, que os cristãos acreditavam, por serem puros e sem pecados, conseguiriam vencer os mulçumanos.
Embarcaram em Marselha, na França ,e ao aportarem em Alexandria, foram vencidos e vendidos como escravos. Pela pregação do Papa Honório III, o rei da Hungria, André III, e o duque da áustria, Leopoldo VI, liderados pelo Barão de Brienne, organizaram a 5ª Cruzada, e em 1212 fizeram ofensivas no Egito, mas, isolados por inundações do rio Nilo, desistiram da campanha.





















6ª Cruzada, 1228-1229.





Devido a discórdia entre o sultão do Egito e o sultão de Damasco, na Síria, o imperador Frederico II conseguiu, através de negociações diplomáticas, que os turcos entregassem Jerusalém, Belém e Nazaré. Em 1229 o imperador recebeu a coroa real no Santo Sepulcro e regressou à Europa.













7ª Cruzada, 1248-1250




O Papa Gregório IX convocou mais uma cruzada em 1239, contudo, os turcos conquistaram definitivamente Jerusalém em 1244. O rei da França, Luís IX (depois canonizado como São Luís), tomou a iniciativa de comandar esta cruzada e depois de alguns êxitos, o exército do rei foi dizimado pelo tifo e isolado no Egito pelas inundações do rio Nilo. Cercado pelos turcos, Luís IX foi aprisionado e seu resgate custou as posições antes conquistadas e o pagamento de 500 mil libras tornesas (moeda de ouro cunhada na França).















8ª Cruzada, 1270



Na época, os cristãos no Oriente Médio viviam anárquicamente e as Ordens religiosas dos monges cavaleiros, chamados para defender a região, viviam em conflito.
Entre essas Ordens estavam os Templários, guardiães do Santo Sepulcro; os Hospitaleiros, cuidando dos hospitais da Terra Santa e os Teutônicos, organizados para atendimento aos doentes e feridos.
Os interesses comerciais entre os venezianos e os genoveses criavam outro conflito e provocavam choques armados entre os cristãos. Entre os turcos os problemas não eram menores e se viam agora pressionados pelos mongóis, vindo do Oriente distante, liderados por Gengis Khan.
A presença dos mongóis favorecia os cristãos, pois muitos deles haviam se convertido ao cristianismo, e apesar de instigados contra os turcos, foram rechaçados.
No Egito, os seldjúcidas, chamados mamelucos, em diversas ofensivas, avançaram contra os cristãos, empurrando-os contra o mar e isto levou o rei Luíz IX a organizar esta 8ª Cruzada, saindo do porto de Águas Mortas, desembarcou em Túnis, na África, onde o rei morreu e a cruzada foi suspensa.












9ª cruzada




Pelo curto período de tempo entre elas, a Nona Cruzada é considerada, para muitos, como parte da Oitava Cruzada, onde o rei francês Luís IX e grande parte de suas tropas morreram no Oriente Médio em decorrência do alastramento de uma peste, sem chegar a confrontar os sultões, de religião islâmica.

Em 1271, meses após o fim da Oitava Cruzada, o príncipe inglês Eduardo I mobiliza seus seguidores até a região do Acre, na Galileia, para reforçar o exército enviado anteriormente, na tentativa de converter os sultões ao Cristianismo para manter a hegemonia cristã em Jerusalém, tida como Terra Santa.

Acre foi o território almejado porque anos antes, em 1268, o sultão egípcio Baybars reduziu o Reino de Jerusalém a um pequeno território situado entre Sidão e Acre. Eduardo chegou lá e tentou amenizar o conflito entre sultões e cristãos, com o apoio do papa Nicolau II.

"O Último Cruzado" - Pintura de Carl Friedrich Lessing (1808-1880), retrata o fim das cruzadas.



Vendo o domínio de Jerusalém, que antes era dos europeus, ir para os ares com a invasão dos sultões, tornou-se inevitável um conflito entre as tropas de Eduardo I e Baybars. Com algumas alianças na região, Eduardo conseguiu vencê-lo em 1272.

Além de sofrerem a derrota, os sultões ficaram irritados quando um grupo de soldados italianos cristãos chegou ao Oriente Médio e dizimou os muçulmanos. O sultão egípcio AL-Ashraf Jalil jurou vingança e ordenou que pegassem os cristãos de qualquer forma.

Poderoso, o sultão enviou um contingente de 200 mil soldados muçulmanos até Jerusalém para expulsar os italianos e ingleses que dominaram a região. Sem forças, os europeus não resistiram e tiveram que se retirar do Oriente Médio, fazendo com que a influência ocidental em Jerusalém fosse totalmente dissipada

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