quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Construindo maquetes



As fotos que seguem representam a Àcropole de Atenas, representada pelos alunos do 6ºano "A".
Parabéns á todos pelo empenho!



Introdução



O projeto construindo maquetes,um suporte lúdico para o ensino de historia,visa despertar nos educando o interesse por seus patrimônios auxiliando na compreensão da historia.
Ao instrumentos utilizados para isso são as maquetes ,que retratam acontecimentos e períodos históricos,mostrando também tipologias arquitetônicas,acidentes geográficos,fenômenos climáticos e ambientais, entre outros assuntos.


Objetivos

A principal finalidade do projeto é proporcionar aos educandos,nosso publico alvo,um apoio didático para o aprendizado da disciplina de historia,através do acesso a matérias lúdicos e criativos .
para tanto,as maquetes representam períodos de longa duração na historia auxiliando no entendimento da relação entre períodos históricos por elas retratados e os patrimônios culturais.Evidentemente,esses instrumentos lúdicos não abrangem toda a complexidade que
envolve o processo educativo,mas podem contribuir para melhorar facilitar a aprendizagem, o material lúdico,serve como auxilio educacional em sala de aula.

Resultados
A uma grande facilidade da criança em visualizar e compreender o que esta sendo explicado,ocorre assim um processo de identificação dos alunos com acontecimentos históricos e com patrimônios,estimulando a preservação e a valorização dos bens culturais com os quais estabelecem contato.
Conclusão

A aplicação das maquetes na escola revela uma capacidade muito rica de produção e transmissão de conhecimento ao mesmo tempo em que torna mais dinâmicas as relações de interação entre os ciclos envolvidos .O projeto tem a finalidade de ser facilitador de ensino.







cavalo de Troia, á historia foi perfeita.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

história da maconha

História da Maconha



Maconha

Maconha é uma droga derivada da planta Cannabis sativa, um arbusto de cerca de dois metros de altura, de origem asiática, e que cresce em zonas tropicais e temperadas. Sabe-se que a planta já era usada sob forma medicamentosa na China no ano 7000 a.C. Na Índia, a mesma era grandemente utilizada para curar prisão de ventre, malária e dores menstruais. As propriedades têxteis da Cannabis sativa fizeram com que sua fibra fosse muito aproveitada pelos romanos e gregos na fabricação de tecidos e papel.

O cultivo da planta foi difundido pelo Oriente Médio, Europa e outras regiões da Ásia. Na renascença, a maconha era um dos principais produtos da Europa; os livros de Johannes Gutemberg, o inventor da imprensa, eram feitos de papel de cânhamo.

A maconha foi levada para a África e para a América pelos europeus. Na América do Sul, as primeiras plantações da Cannabis sativa foram feitas no Chile, pelos espanhóis. No Brasil, a mesma foi trazida pelos escravos africanos.

No final do século XIX, a planta já era utilizada como psicotrópico por artistas e escritores, no entanto, ainda era considerada um medicamento, sendo usada por muitos laboratórios farmacêuticos. A partir dos anos 60, o consumo da maconha como entorpecente passou a ser feito de forma crescente, entre pessoas de todas as classes sociais. Atualmente, a maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo: das 200 milhões de pessoas que consomem algum tipo de substância psicoativa ilícita, 160 milhões consomem a droga.

história da heroína

Heroína



Heroína

A heroína (diacetilmorfina) é uma droga derivada do ópio, uma espécie de suco extraído dos frutos imaturos das espécies de papoulas soníferas, flores da família das Papaverácea. Também foi a partir do ópio que os farmacêuticos obtiveram a morfina, substância que, inclusive, foi amplamente utilizada como analgésico em muitas guerras. Entretanto, a morfina era uma substância extremamente forte e viciante.

Foi assim que em 1874, o laboratório farmacêutico alemão Bayer desenvolveu uma substância baseada na morfina, que poderia ser usada como analgésico e que não fosse tão viciante: a heroína.

A palavra “heroína” vem do alemão “heroisch", o que significa “heróico”. A partir desta informação, pode-se perceber que a heroína era vista por muitos como uma droga salvadora. Até 1910, a substância era grandemente utilizada no tratamento de diversos tipos de doenças. Ironicamente, alguns anos após sua criação, descobriram que a heroína era ainda mais viciante do que a própria morfina, o que levou a maioria dos países a tornar seu uso ilegal a partir de 1920.

Com tal proibição, indivíduos que utilizavam a heroína em seus tratamentos se viam obrigados, em razão do vício gerado, a procurar a droga no mercado negro.

História do crack

Crack


Crack

O crack é uma droga obtida a partir da planta de coca. Na verdade, podemos o definir como um subproduto da cocaína. Entre seus efeitos, podemos citar a sensação de euforia, empolgação e aumento da auto-estima do indivíduo.

A história do crack está diretamente relacionada com a da cocaína, droga que surgiu nos anos 60 e que, na época, era grandemente consumida por grupos de amigos, em um contexto recreativo. No entanto, a cocaína era uma droga cara, apelidada de “a droga dos ricos”. Esse foi o principal motivo para a criação de uma “cocaína” mais acessível.

De fato, a partir da década de 70, começaram a misturar a cocaína com outros produtos e conforme outros métodos. Foi assim que surgiu o crack, obtido por meio do aquecimento de uma mistura de cocaína, água e bicarbonato de sódio. Na década de 80, o crack se tornou grandemente popular, principalmente entre as camadas mais pobres dos Estados Unidos.

O nome “crack” é uma referência ao barulho que a droga emite quando é consumida. O crack é uma droga extremamente perigosa, uma vez pode causar infartos, derrames, problemas respiratórios e problemas mentais sérios. Outro fator que aumenta ainda mais o perigo desta droga é a dependência que ela gera. Como a sensação de euforia é relativamente rápida, o usuário é levado a consumir novas doses cada vez maiores.

história do LSD

LSD

LSD (dietilamida do ácido lisérgico) é uma substância alucinógena com efeitos muito fortes. Para se ter uma idéia, a dose normalmente consumida é composta por 0,0001 grama da droga, o suficiente para provocar efeitos bastante significativos no indivíduo.

Sua história nos leva à 1938, ano que em que os químicos suíços Albert Hofmann e Arthur Stoll sintetizaram a substância pela primeira vez, em um grande programa de pesquisa que tinha o fim de descobrir derivados da ergolina úteis para a medicina.

O primeiro a experimentar os efeitos da droga foi o próprio Dr. Hofmann. Uma pequeníssima parte da substância foi absorvida por sua pele de forma acidental. Sentindo sensações estranhas e confusas, Hoffmann teve que ir embora para casa. Percebendo que o responsável por aquelas sensações seria justamente a dietilamida do ácido lisérgico, o mesmo testou em si mesmo uma dose maior da substância, o que o levou a ter alucinações estranhíssimas. Mesmo assim, o médico que o atendeu não encontrou nada de anormal, além das pupilas dilatadas.

A partir destas primeiras experiências, os Laboratórios Sandoz passaram a vender a substância para ser usada no tratamento de diversos distúrbios psiquiátricos. Os cientistas interessados podiam receber a mesma de forma gratuita. Muitos profissionais da saúde passaram a usar o LSD de forma recreativa.

Nas décadas de 60 e 70, a droga ganhou grande popularidade nos Estados Unidos e na Inglaterra, principalmente entre a comunidade hippie e os universitários. Finalmente, em 1967, a droga foi proibida nos EUA, medida também adotada por muitos países.

Os efeitos do LSD variam muito de pessoa para pessoa. Geralmente, se resumem em alucinações auditivas e visuais, sensação de estar sonhando acordado, tristeza e alegria ao mesmo tempo, sensação de estar flutuando, flashbacks, paranóia, etc.

história da ecstasy

Ecstasy


Ecstasy

O ecstasy (metilenodioximetanfetamina), também denominado de MDMA, é uma droga sintetizada, isto é, feita em laboratório. Entre os efeitos da droga, podemos citar a criação de uma sensação anormal de euforia e bem-estar, além do aumento da capacidade física e mental do indivíduo e do interesse sexual. Buscando estes efeitos, muitos jovens fazem o uso do ecstasy em festas, raves e boates.

A história desta droga se inicia em 1912, quando a empresa farmacêutica Merck sintetiza a substância pela primeira vez. Em 1914, a mesma patenteou o MDMA, para ser usado como um inibidor do apetite, o que, de fato, nunca aconteceu. Em 1960, a substância chamou a atenção da comunidade científica, passando a ser empregada em psicoterapias, como um elevador do estado de ânimo.

Foi na década de 70 que a droga começou a ser consumida de forma recreativa, principalmente entre jovens que freqüentavam danceterias e festas noturnas. Nessa época, a substância ficou conhecida como “a droga do amor”, uma clara referência à sua propriedade de aumentar o interesse sexual dos indivíduos. No fim da década de 80, o ecstasy já havia ganhado grande popularidade nos Estados Unidos e na Europa, especialmente na Inglaterra e Holanda. Finalmente, a droga foi proibida em 1977, no Reino Unido; e em 1985, nos EUA.

Os efeitos indesejáveis mais comuns que o ecstasy provoca no usuário são: aumento da tensão muscular, insônia e perda de apetite. Em longo prazo, a droga pode causar alucinações, depressão, paranóia, entre outras complicações.

história da cocaína

História da Cocaína

Cocaína

A cocaína é uma droga obtida a partir da planta Erythroxylum coca, que pode causar a elevação ou diminuição do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, etc. Altas doses da droga podem causar convulsões, arritmias cardíacas, coma e até mesmo a morte.

A Erythroxylum coca é originária da América do Sul. Sabe-se que as folhas da planta já eram utilizadas há mais de 1200 anos pelos povos nativos do continente, sendo consumida principalmente sob a forma de chá. Vale lembrar que, neste caso, a absorção do princípio ativo da planta é muito baixa.

Como a coca tinha um caráter místico para os índios, os espanhóis proibiram seu consumo para converter os mesmos ao cristianismo. A coca foi levada para a Europa em 1580. Após um grupo de cientistas italianos ter levado a planta para o país, o químico Angelo Mariani desenvolveu, em 1863, o vinho Mariani. A bebida, de grande aceitação entre as classes mais altas e muito apreciada pelo Papa Leão XIII, consistia em uma infusão alcóolica de folhas de coca. Foi na tentativa de competir com o vinho Mariani que os americanos criaram a Coca-Cola.

Na segunda metade do século XIX, a cocaína ganhou grande popularidade. O pai da psicanálise, Sigmund Freud, fascinado pelos efeitos psicotrópicos da mesma, a utilizava em seus pacientes. Nessa época, a cocaína foi popularizada como tratamento para a topxicodepêndencia de morfina.

No fim do mesmo século, começaram a aparecer os sintomas psicóticos e depressivos da droga. Em 1890, pelo menos 400 casos de danos físicos e psíquicos relacionados à cocaína já haviam sido registrados. Na segunda metade do século XX, graças ao fortalecimento do puritanismo e da ideologia proibicionista, o consumo da cocaína caiu significativamente nos Estados Unidos e Europa. Entretanto, o estímulo às experiências com substâncias psicoativas dos movimentos beat e hippie anos 50 e 60, resultaram no aumento do consumo da droga.

Atualmente, a cocaína é uma das drogas mais consumidas no mundo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

As oito grandes cruzadas.(EMIEP)

1ª Cruzada, 1095-1099


O Papa Gregório VII já pensava em organizar uma expedição contra os turcos para reconquistar Jerusalém, mas foi o Papa Urbano (1088-1099), que recebeu do imperador bizantino Aleixo I, pedido de ajuda militar contra os infiéis mulçumanos e no Conc. de Clermont em 1095, o Papa convocou os cristãos para "levar a Cruz" contra os agressores mulçumanos.
Antes da partida dos cavaleiros designados pelo Concílio, um grupo de fiéis pobres, desarmados e sem organização alguma, partiram em direção a Jerusalém sob a liderança de Pedro, o Eremita - a Cruzada dos Mendigos, como ficou conhecida - e foi totalmente destruída ao chegar à Ásia Menor.
Em 1096 os cavaleiros cruzados partiram sob o comando de Godofredo de Bulhões e outros nobres não-reis, sitiaram Nicéia e Antioquia e entraram em Jerusalém em julho de 1099 após um cerco de cinco semanas.
Os Cruzados fundaram no Oriente Médio uma série de estados cristãos, segundo sistema feudal europeu. O reino de Jerusalém foi chefiado por Godofredo de Bulhões e após a sua morte foi substituído por Balduíno de Flandres que governou como rei, de 1100 até 1118.

2ª Cruzada, 1147-1149



Organizada após a reconquista de Edessa pelos árabes em 1144, S. Bernardo de Claraval a pregou pela Europa.e comandada por Conrado III da Alemanha e Luís VII da França, foi derrotada em Doriléia e as tentativas de reorganizá-la contra Damasco e Ascalon também fracassaram.



3ª Cruzada, 1189-1192



É a famosa Cruzada dos Reis, organizada após a conquista de Jerusalém por Saladino, em 1187. Encorajados pelo Papa Inocêncio III, dela participaram os reis Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), Filipe Augusto (França) e Frederico Barbarruiva (Sacro Império Germânico), morto em batalha, assim como seu filho, Frederico da Suábia.
Ricardo Coração de Leão assinou um armistício com o Sultão Saladino, pelo qual os cristãos eram autorizados a peregrinar até Jerusalém e recebeu um territórrio entre Tiro e Jaffa.



4ª Cruzada, 1202-1204




Convocada pel Papa Inocêncio III com a finalidade de se dirigir ao Egito, o imperador alemão Henrique VI começou a organiza-la em 1197, tendo a adesão de nobres franceses como Bonifácio de Monferrat e Balduíno de Flandres.
Sua característica foi a de ser exclusivamente marítima, uma vez que recebeu o transporte pelo Doge de Veneza, Enrico Dandolo e, como compensação, os venezianos exigiram a tomada do porto de Zara, no Mar Adriático, estratégicamente localizado entre Veneza e Constantinopla.
Devido as atrocidades cometidas pelos venezianos contra os cristãos de Zara, o Papa Inocêncio III excomumgou-os.
O príncipe Aleixo, do império bizantino propôs então a Dandolo um acordo, no qual os cruzados ajudariam-no a tomar de Aleixo III, o trono de seu pai deposto, Isaac, em troca do monopólio comercial com Constantinopla e uma soma em dinheiro para pagar o transporte dos cruzados até o Egito.
Após vencerem, recolocaram Isaac no trono, mas este não conseguiu o dinheiro prometido aos cristãos que lhe tomaram o trono e saquearam e mataram impiedosamente os habitantes da cidade.
Assim foi formado o Império Latino de Constantinopla governado por Balduíno, tutelado pelso venezianos, que durou até 1261, quando, satisfeitos com o saque, os cruzados abandonaram seus objetivos e voltaram à Itália, após os genoveses terem tomado a cidade.


5ª Cruzada, 1217-1221


A chamada Cruzada das Crianças, foi organizada em 1212, composta por jovens, que os cristãos acreditavam, por serem puros e sem pecados, conseguiriam vencer os mulçumanos.
Embarcaram em Marselha, na França ,e ao aportarem em Alexandria, foram vencidos e vendidos como escravos. Pela pregação do Papa Honório III, o rei da Hungria, André III, e o duque da áustria, Leopoldo VI, liderados pelo Barão de Brienne, organizaram a 5ª Cruzada, e em 1212 fizeram ofensivas no Egito, mas, isolados por inundações do rio Nilo, desistiram da campanha.





















6ª Cruzada, 1228-1229.





Devido a discórdia entre o sultão do Egito e o sultão de Damasco, na Síria, o imperador Frederico II conseguiu, através de negociações diplomáticas, que os turcos entregassem Jerusalém, Belém e Nazaré. Em 1229 o imperador recebeu a coroa real no Santo Sepulcro e regressou à Europa.













7ª Cruzada, 1248-1250




O Papa Gregório IX convocou mais uma cruzada em 1239, contudo, os turcos conquistaram definitivamente Jerusalém em 1244. O rei da França, Luís IX (depois canonizado como São Luís), tomou a iniciativa de comandar esta cruzada e depois de alguns êxitos, o exército do rei foi dizimado pelo tifo e isolado no Egito pelas inundações do rio Nilo. Cercado pelos turcos, Luís IX foi aprisionado e seu resgate custou as posições antes conquistadas e o pagamento de 500 mil libras tornesas (moeda de ouro cunhada na França).















8ª Cruzada, 1270



Na época, os cristãos no Oriente Médio viviam anárquicamente e as Ordens religiosas dos monges cavaleiros, chamados para defender a região, viviam em conflito.
Entre essas Ordens estavam os Templários, guardiães do Santo Sepulcro; os Hospitaleiros, cuidando dos hospitais da Terra Santa e os Teutônicos, organizados para atendimento aos doentes e feridos.
Os interesses comerciais entre os venezianos e os genoveses criavam outro conflito e provocavam choques armados entre os cristãos. Entre os turcos os problemas não eram menores e se viam agora pressionados pelos mongóis, vindo do Oriente distante, liderados por Gengis Khan.
A presença dos mongóis favorecia os cristãos, pois muitos deles haviam se convertido ao cristianismo, e apesar de instigados contra os turcos, foram rechaçados.
No Egito, os seldjúcidas, chamados mamelucos, em diversas ofensivas, avançaram contra os cristãos, empurrando-os contra o mar e isto levou o rei Luíz IX a organizar esta 8ª Cruzada, saindo do porto de Águas Mortas, desembarcou em Túnis, na África, onde o rei morreu e a cruzada foi suspensa.












9ª cruzada




Pelo curto período de tempo entre elas, a Nona Cruzada é considerada, para muitos, como parte da Oitava Cruzada, onde o rei francês Luís IX e grande parte de suas tropas morreram no Oriente Médio em decorrência do alastramento de uma peste, sem chegar a confrontar os sultões, de religião islâmica.

Em 1271, meses após o fim da Oitava Cruzada, o príncipe inglês Eduardo I mobiliza seus seguidores até a região do Acre, na Galileia, para reforçar o exército enviado anteriormente, na tentativa de converter os sultões ao Cristianismo para manter a hegemonia cristã em Jerusalém, tida como Terra Santa.

Acre foi o território almejado porque anos antes, em 1268, o sultão egípcio Baybars reduziu o Reino de Jerusalém a um pequeno território situado entre Sidão e Acre. Eduardo chegou lá e tentou amenizar o conflito entre sultões e cristãos, com o apoio do papa Nicolau II.

"O Último Cruzado" - Pintura de Carl Friedrich Lessing (1808-1880), retrata o fim das cruzadas.



Vendo o domínio de Jerusalém, que antes era dos europeus, ir para os ares com a invasão dos sultões, tornou-se inevitável um conflito entre as tropas de Eduardo I e Baybars. Com algumas alianças na região, Eduardo conseguiu vencê-lo em 1272.

Além de sofrerem a derrota, os sultões ficaram irritados quando um grupo de soldados italianos cristãos chegou ao Oriente Médio e dizimou os muçulmanos. O sultão egípcio AL-Ashraf Jalil jurou vingança e ordenou que pegassem os cristãos de qualquer forma.

Poderoso, o sultão enviou um contingente de 200 mil soldados muçulmanos até Jerusalém para expulsar os italianos e ingleses que dominaram a região. Sem forças, os europeus não resistiram e tiveram que se retirar do Oriente Médio, fazendo com que a influência ocidental em Jerusalém fosse totalmente dissipada

As cruzadas (EMIEP) serve como objeto de pesquisa

As Cruzadas

Peregrinações a Lugares Santos

A região da cidade de Jerusalém, na Palestina, onde atualmente fica o Estado de Israel é sagrada para os fiéis das três mais importantes religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Desde épocas muito remotas, judeus, cristãos e muçulmanos faziam peregrinações a Jerusalém para venerar os Lugares Santos.

Na Idade Média – mesmo hoje, em certa medida – os cristãos em geral acreditavam que os lugares onde os santos viveram, os objetos por eles usados e o que restava de seus corpos (as chamadas “Relíquias”) possuíam poderes milagrosos, como a cura de enfermos e a salvação para os pecadores. Havia vários lugares de veneração espalhadas por todo o mundo cristão, mas a Terra Santa, onde Jesus viveu, pregou e foi supliciado, era considerado o mais sagrado de todos.

Para os judeus, Jerusalém é a principal cidade de sua antiga pátria e ali se encontram vários locais sagrados, principalmente o “Muro das Lamentações”, ruínas do Templo de Salomão destruído pelos romanos no primeiro século de nossa era. Para os cristãos, é reverenciada por ter sido o local no qual Jesus de Nazaré viveu durante os três últimos anos de sua vida, pregou, fez discípulos e foi crucificado. Para os muçulmanos, Jerusalém é uma Cidade Santa porque crêem que Maomé subiu ao céu da Cúpula do Rochedo, situada no coração da cidade.

Curioso refletir como as três religiões monoteístas acreditam no mesmo Deus mas, como se prendem a metáforas e as lêem e compreendem literalmente, os desentendimentos entre os três grupos seguem até os dias de hoje...

Apesar da grande distância da Europa Ocidental, muitos peregrinos faziam uma longa e arriscada jornada para chegar a Jerusalém. Alguns iam primeiro a Roma e, em seguida, partiam de algum porto italiano para a Palestina. As pessoas mais pobres percorriam todo o trajeto a pé.



Motivos



Em 638 d.C. os árabes, de fé islâmica, tomaram a Palestina, inclusive, naturalmente, Jerusalém. Durante séculos aquela ocupação não chegou a criar problemas para os cristãos, pois os árabes respeitam a religião cristã e, portanto, as peregrinações seguiam permitidas. Em 1071, porém, a Terra Santa foi capturada pelos turcos otomanos, também muçulmanos mas, intolerantes para com os cristãos, passaram a criar todo o tipo de dificuldades para os peregrinos.

Economicamente, o feudalismo ingressava em seu período de crise – como o capitalismo está em crise nos dias atuais – havendo forte contradição entre as forças produtivas e o modo de produção, ou seja, o aumento da população ou crescimento demográfico exigia maior empenho na produção de gêneros alimentícios mas, segundo as normas do MPF todo o excedente ficava com o Senhor Feudal e não com os produtores (mais ou menos como ocorre com a mais-valia em nossos dias...).

Para atender aos fiéis desejosos de retomar as peregrinações e escoar o excesso de mão-de-obra ociosa na Europa, o papa Urbano II declarou guerra aos “infiéis” muçulmanos conclamando as multidões sob o brado de “Deus o quer! Deus o quer!” O fervor religioso espalhou-se por toda a Europa. As pessoas acreditavam firmemente que o cristianismo estava em perigo e que defendê-lo, portanto, era cumprir a vontade de Deus. O papa Urbano II prometeu a todos os que partissem para a guerra contra os “infiéis” teriam seus pecados perdoados e iriam para o céu após a morte.

Os cavaleiros que, a partir de 1095, atenderam ao chamado do papa para fazerem parte de uma expedição à Terra Santa escolheram como símbolo uma cruz pintada na armadura ou bordada nas vestes. Por isso foram chamados “cruzados”. Eles seriam os guerreiros da cruz, os defensores do cristianismo. Séculos de guerra começaram então...



A Cruzada dos Pobres





Enquanto os nobres europeus se preparavam para a cruzada, pregadores itinerantes levavam a mensagem do papa às pessoas comuns. Um desses pregadores, Pedro, o Eremita, inspirava seus ouvintes com tanto entusiasmo que milhares passaram a seguí-lo.

Em abril de 1096, os seguidores de Pedro se reuniram na cidade alemã de Colônia. Não eram soldados disciplinados. Na Idade Média, somente os nobres eram treinados nas artes da guerra... Os seguidores fiéis de Pedro, o Eremita, eram mendigos e camponeses pobres e ignorantes que, por vezes, levavam suas famílias consigo.

Partiram no início do verão, cheios de fé e nenhuma provisão. Quando conseguiam alimentos era através do saque ou da mendicância... Atacaram, por exemplo, cidades na Hungria e na Iugoslávia. Além disso, ao passar por Constantinopla, sede do Império (Cristão) Romano do Oriente ou Império Bizantino, saquearam os subúrbios da cidade levando a todos grande terror. Mas o pior estava por vir: o enfrentamento do feroz e bem treinado exército turco.

Resultado? Um verdadeiro MASSACRE! Os cruzados maltrapilhos se instalavam desordenadamente numa fortaleza abandonada. Um pequeno grupo saiu para saquear os arredores mas foi surpreendido e totalmente aniquilado. Quando o exército turco se aproximou da fortaleza, os cruzados, como era de se esperar, sofreram fragorosa derrota, com milhares de baixas. Alguns foram capturados e vendidos como escravos; outros escaparam e conseguiram ser resgatados para narrar o ocorrido...



A Primeira Cruzada – Cruzada dos Nobres





Os nobres europeus prepararam-se com maior acuidade durante todo o ano de 1096. Partiram no outono daquele ano e já em abril de 1097 estavam em Constantinopla prestando sua solidariedade e solicitando o apoio do cesaropapa bizantino Aleixo Comneno.

Partiram inicialmente ruma a Antioquia. No caminho sitiaram e tomaram a cidade de Nicéia, até então ocupada pelos turcos.



O Cerco de Antioquia



Os cruzados continuaram seu caminho, atravessando a Síria. A jornada foi muito difícil, cheia de conflitos e desentendimentos entre os chefes cristãos e perpassada por duros combates com o exército turco.

No outono de 1097 finalmente chegaram a Antioquia, cuja conquista foi longa e penosa. Durante sete meses os cruzados sitiaram a cidade sem conseguir vencer a resistência de seus defensores. Somente em julho de 1098 os exércitos cristãos conseguiram ultrapassar as muralhas da cidade, graças a alguns moradores cristãos que ainda ali viviam e que facilitaram a sua entrada.

Poucos dias depois uma nova leva do exército turco chegou e cercou Antioquia com os cruzados dentro. Depois de muitas batalhas os cruzados lograram romper o cerco, derrotar os turcos e seguir em sua jornada rumo a Jerusalém.



Em Jerusalém



Os cruzados chegaram às portas de Jerusalém em julho de 1099. Seus primeiros ataques foram facilmente repelidos pelos turcos. A 14 de julho, após jejum e oração, o exército cristão partiu para seu mais importante ataque. Por volta do meio-dia de 15 de julho de 1099, os cruzados escalaram as muralhas e abriram um de seus portões. Os que estavam fora das muralhas correram para dentro da cidade e massacraram impiedosamente e sem discriminação judeus e muçulmanos, habitantes da cidade.

Quando finalmente entraram na Igreja do Santo Sepulcro, os cruzados caíram de joelhos dando graças a Deus pela vitória. Do lado de fora da Igreja os cadáveres de suas vítimas, recobertos de sangue, enxameavam as ruas...



Criação de Feudos Europeus na Palestina



A maioria dos nobres e seus seguidores voltou para a Europa, mas alguns permaneceram. Os líderes dos que ficaram estabeleceram quatro Estados cristãos nas regiões conquistadas: o Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém que, por ser o mais importante, ficou com Godofredo de Bouillon, um dos líderes da cruzada.

Os soldados receberam terras nesses novos Estados. Estabelecendo-se entre árabes, turcos, gregos e judeus que ali viviam, começaram gradualmente a adotar os hábitos e o linguajar do local.

Vale ressaltar que aqueles Estados cristãos jamais conheceram a paz. Estavam constantemente em guerra com seus vizinhos muçulmanos e jamais foram capazes de controlar as áreas rurais. Os muçulmanos, via de regra, rondavam as estradas e atacavam peregrinos cristãos com destino a Jerusalém.



Cavaleiros Templários e Hospitalários



Para defender os Estados cristãos, alguns nobres formaram associações chamadas de ordens militares. As duas mais poderosas foram as dos Cavaleiros do Templo (Templários) e a dos Hospitalários de São João de Jerusalém – em 1305, contudo, com vistas a apoiar o rei francês Filipe “o belo” sob o qual vivia em cativeiro, o papa Clemente V (Bertrand de Got) decidiu-se a exterminar com a Ordem dos Cavaleiros do Templo através de torturas e confissões forjadas. Mas os Cavaleiros Templários seguem fortes até os dias de hoje na Maçonaria, como se sabe...

Seus membros viviam como monges e lutavam como cavaleiros. Faziam votos religiosos e juravam empreender guerra incessante contra os infiéis. Dedicavam-se a auxiliar os peregrinos, os pobres e os doentes. E, de seus enormes castelos, vigiavam toda a região. Eram os cristãos mais temidos pelos muçulmanos por seu destemor e desapego até mesmo da própria vida em defesa do cristianismo.

Apesar de todos os esforços daqueles valorosos Cavaleiros, todavia, anos de guerra enfraqueceram enormemente os Estados dos cruzados. Em 1144 um desastre: o exército muçulmano capturou o Condado de Edessa! Quando Edessa caiu, os turcos conseguiram reagrupar seu exército e atacar sem trégua a longa fronteira dos outros três Estados.








A Segunda Cruzada – Cruzada dos Reis



Depois da queda de Edessa, os Estados cristãos ficaram em perigo. Temerosos, seus governadores enviaram embaixadores a Roma, pedindo ao papa que lhes enviasse ajuda para lutar contra os turcos e proteger a Terra Santa.

O papa Eugênio III resolveu atendê-los e convocar uma nova cruzada. Para divulgá-la na Europa, encarregou Bernard de Clairvaux (mais tarde canonizado), o mais erudito e respeitado clérigo da sua época.

Bem sucedido, Bernard persuadiu o rei francês Luís VII (mais tarde canonizado também) e o Imperador do Sacro Império Romano Germânico Conrado III que, com seus relutantes nobres, decidiram-se a participar da expedição.

Os dois reis, inimigos um do outro, não se reuniram para a cruzada. Cada um enfrentou o adversário turco por sua conta, em batalhas separadas, sem qualquer acordo entre eles.

Em 1147, os esplêndidos exércitos reunidos pelos dois reis marcharam através da Europa em direção a Constantinopla.

Conrado chegou primeiro e, por volta de outubro daquele ano atravessava o Bósforo e estava a caminho da Terra Santa. Em Dorileu, o exército turco lançou-se contra ele e lhe impôs fragorosa derrota. Conrado e outros sobreviventes do massacre arrastaram-se de volta a pé para Constantinopla, onde os franceses acabavam de chegar.

O rei Luís ousou atravessar território inimigo em pleno inverno. Os turcos estavam à espera e mataram muitos franceses durante esta insana travessia. Muitos outros morreram ainda de fome e de frio...

Os remanescentes dos dois exércitos encontraram-se em Jerusalém no verão seguinte, quando outros cruzados, recém-chegados da Europa, se juntaram a eles.

Desta vez os dois reis resolveram unir-se. Com inacreditável insensatez, decidiram sitiar Damasco, uma cidade cujo governante sempre se mostrou muito amigável com os cristãos. O fracasso foi total. Depois de cinco dias de ataques infrutíferos e com muitas baixas, os exércitos cruzados desistiram da luta e regressaram à Europa.



Saladino



Anos de confusão seguiram-se à desastrosa Segunda Cruzada. Havia desavenças entre os cristãos, mas também os muçulmanos guerreavam entre si por hegemonia. Durante algum tempo os Estados cristãos puderam sobreviver graças às divisões entre seus inimigos.

Foi então que começou a surgir um reflorescimento muçulmano. Nur ad-Din, governador de Alepo (Síria), derrotou todos os outros governantes muçulmanos. Em 1164 ele enviou um exército para invadir o Egito, que era o país muçulmano mais rico da época.

O comandante daquele exército levou consigo seu sobrinho Saladino, um notável guerreiro. Em 1169, com a idade de 31 anos, Saladino foi feito governador do Egito. Depois da morte de Nur ad-Din e de seu filho, tornou-se Sultão de um Império que se estendia do Egito até a região central da atual Turquia.

Em 1187, à frente de poderoso exército, Saladino invadiu a Terra Santa.

Uma a uma as fortalezas caíam diante das tropas lideradas por Saladino. Por volta de setembro, seus exércitos já haviam cercado Jerusalém. Os defensores da cidade, muito menos numerosos que os soldados muçulmanos acabaram por se render.

Em 2 de outubro de 1187, os muçulmanos entraram em Jerusalém e começaram a destruir todos os altares e cruzes dos Lugares Santos...



Algumas palavras sobre o Sultão Saladino



Numa época em que era comum os governantes mostrarem-se traiçoeiros e cruéis, Saladino ficou famoso por sua humanidade e honestidade. Tendo dado sua palavra, fosse a um amigo ou a um inimigo, ele sempre a mantinha. Tinha grande amor pelas crianças e as histórias de seu carinho para com elas e sua gentileza para com os desprotegidos fizeram dele uma lenda.

Saladino era implacável na luta, mas generoso na vitória. Ao contrário do que acontecia com os exércitos cristãos, seus homens nunca macularam seus trunfos com o massacre de prisioneiros indefesos...



A Terceira Cruzada – Nova cruzada de reis



A perda de Jerusalém revoltou todos os cristãos. Incitados pelo papa, os principais monarcas da Europa decidiram-se a participar de uma nova cruzada. Em maio de 1189 iniciou-se a partida para o Oriente. Foi o maior exército jamais reunido para uma expedição à Terra Santa, e a notícia de sua chegada alarmou os muçulmanos da Palestina.

Mas o desastre mudou completamente o rumo dos acontecimentos: ao atravessar um rio, o Imperador Frederico I (o “Barba Ruiva”), então com 70 anos de idade, morreu afogado. Sem a sua liderança, o gigantesco exército alemão rapidamente se desintegrou. A maior parte dos soldados voltou para a Alemanha; apenas uns poucos se decidiram a seguir para a Terra Santa.

No ano seguinte, Filipe Augusto, da França, e Ricardo I (o “Ricardo Coração de Leão”), da Grã Bretanha partiram numa cruzada conjunta. Seus exércitos se encontraram na Sicília, onde passaram o inverno. Na primavera de 1191, zarparam em direção ao porto de São João D’Arce, no Reino de Jerusalém, para socorrer um exército cristão atacado pelas tropas de Saladino. Ricardo desviou-se da rota para capturar a ilha de Chipre e só chegou a Arce em junho.

Os extenuados cristãos que sitiavam São João D’Arce estavam sendo dizimados pelo exército de Saladino, mas a chegada dos ingleses e franceses trouxe-lhes novo ânimo. Os recém-chegados construíram poderosas catapultas e altas torres de assalto para, com a ajuda destas armas de guerra, empreenderem uma série de ataques contra as bem protegidas muralhas de Arce. Os homens de Saladino não conseguiram repeli-los e o ânimo dos que defendiam a cidade se abateu.

Em 8 de julho, os muçulmanos acabaram por se render, e os cristãos penetraram na cidade. Saladino bateu em retirada e Filipe Augusto voltou para a França, deixando o comando dos exércitos cristãos ao Rei Ricardo Coração de Leão. O rei inglês perseguiu Saladino em sua retirada para o sul, em direção a Jerusalém.



A Batalha de Arsuf e o Tratado de Paz



Muitos cristãos morreram de calor durante a marcha, e muitos outros foram mortos nas batalhas que diariamente eram travadas. Em Arsuf, os muçulmanos interceptaram a marcha do exército de Ricardo. Os soldados da infantaria de Saladino atacaram em ondas, mas suas flechas e lanças leves não conseguiam perfurar a espessa armadura dos cruzados. Os muçulmanos foram varridos dos campos de batalha e perseguidos em sua marcha em direção a Jerusalém.

Em Arsuf, os muçulmanos foram vencidos, mas não destruídos. Saladino conduziu-os ordenadamente a Jerusalém, enquanto Ricardo estabelecia seu quartel-general no porto vizinho de Jafa.

A essa altura, Saladino e Ricardo nutriam grande respeito um pelo outro e começaram a perceber ser improvável uma vitória definitiva de um dos lados. Saladino adoeceu e Ricardo estava ansioso por voltar à Inglaterra, onde seu irmão, João Sem Terra conspirava contra ele (são dessa época as narrativas de Robin Hood, por exemplo...).

Em outubro de 1191, representantes dos dois monarcas começaram a discutir a paz. Mas a luta prosseguia e Saladino se aproveitou da ausência de Ricardo para capturar Jafa. O monarca inglês apressou-se em voltar para reconquistar a cidade, no que foi bem sucedido. Ambos os lados já estavam fatigados da luta e as conversações de paz foram retomadas. Em setembro de 1192, os dois soberanos assinaram um Tratado de Paz e Ricardo pode final e definitivamente regressar à sua pátria.



A Quarta Cruzada – Saque de Constantinopla



Em 1198, o papa Inocêncio III, convocou uma outra cruzada para conquistar Jerusalém. Os nobres que planejaram a campanha estabeleceram como primeiro objetivo o Egito, o mais rico e paradoxalmente o menos protegido dos Estados muçulmanos.

Para atacar o Egito era necessário o acesso marítimo e apenas a cidade de Veneza podia fornecer uma esquadra capaz de transportar o exército de cruzados e seus suprimentos. Os venezianos concordaram em alugar seus navios, mas exigiram uma importante mudança de rumos. Já não seria o Egito o primeiro objetivo, mas Constantinopla. Isso aconteceu porque o príncipe Aleixo, herdeiro do trono bizantino, propôs um vantajoso negócio ao governante de Veneza: os cruzados o ajudariam a recuperar o trono que havia perdido nas disputas da família real e os mercadores de Veneza receberiam em troca o monopólio do comércio de Constantinopla, que era o mais importante centro comercial da época. Além disso, os cruzados teriam pagas as despesas de transporte até o Egito.

De empreendimento de cunho religioso, esta cruzada revestiu-se de um aspecto de negócio ou “negociata”. Já o comércio começa a imperar sobre a Fé; caem as máscaras que motivaram, no fundo, a realização das cruzadas.

A frota veneziana chegou a Constantinopla em julho de 1203 e os cruzados reconduziram Aleixo ao trono. Mas a população reagiu obrigando os cruzados a acamparem fora das muralhas da cidade, enquanto a frota ficava ancorada no porto.

O príncipe – agora Imperador – Aleixo não pode pagar as despesas da expedição conforme sua promessa e os cruzados decidiram-se a atacar e saquear a rica cidade, massacrando boa parte de sua população. Foi o maior ato de pilhagem de toda a Idade Média: roubaram-se relíquias, objetos de arte, tesouros de imenso valor, etc.

Os cruzados formaram então o Império Latino de Constantinopla, sob a tutela de Veneza e os venezianos finalmente obtiveram o cobiçado monopólio do comércio da cidade. Com isso, os objetivos da Quarta Cruzada desapareceram, já que seus integrantes nem chegaram a enfrentar os infiéis...



A Cruzada das Crianças



O pequeno pastor francês Estevão estava persuadido de que somente os puros de coração e mente poderiam reconquistar a Terra Santa. Conseguiu fazer centenas de prosélitos em toda a Europa Ocidental.

No verão de 1212, milhares de crianças, principalmente francesas e alemãs, deixaram suas casas para se juntar a uma cruzada. Nenhuma delas conseguiu chegar à Terra Santa.

O grupo francês dirigiu-se a Marselha, onde mercadores inescrupulosos lhe ofereceram transporte gratuito até a Palestina. Algumas das crianças afogaram-se numa tempestade; as restantes foram vendidas como escravas...

As crianças alemãs foram para a Itália, mas não conseguiram seguir adiante. Sem dinheiro e sem comida, tiveram de mendigar para sobreviver. Pouquíssimas conseguiram voltar para casa.



A Quinta Cruzada – outro fracasso



Por volta do outono de 1217, cristãos de muitos países europeus reuniram-se em São João D’Arce, para outra tentativa de reconquista da Terra Santa; dentre eles Francisco de Assis. Eles planejavam atacar primeiro o Egito. Com aquele país em mãos, todo o sul da Palestina, inclusive Jerusalém, cairia sem nenhuma resistência.

O porto de entrada para o Egito era Damieta, situado na foz do Nilo. Os cruzados levaram um ano para capturar o porto e ainda mais tempo brigando uns com os outros antes de subirem o rio para penetrar no Egito. Sem perceber o risco que corriam, acamparam às margens do rio, onde o inimigo só precisou abrir as comportas para afogá-los. Os cruzados não tiveram outra escolha senão aceitar uma paz humilhante, abandonando o Egito sem conseguir absolutamente nada!





A Sexta e a Sétima Cruzadas – vitórias diplomáticas e tragédias militares



A Sexta Cruzada foi comandada por Frederico II, da Alemanha. O monarca chegou ao Oriente em 1228, mas muitos cristãos locais não quiseram juntar-se a ele. Para sua sorte os muçulmanos mostravam-se igualmente divididos. Ambos os lados preferiam parlamentar ao invés de lutar.

As negociações se estenderam por todo o inverno e, em 29 de fevereiro de 1229, chegou-se a um acordo de paz, assinado para durar 10 anos. Os cristãos foram muito mais favorecidos pelo tratado, pois obtiveram Jerusalém, Belém e Nazaré. A cruzada representou o triunfo de Frederico. Através de negociações inteligentes ele alcançou o que anos de guerra não tinham conseguido.

O que Frederico conquistou perdeu-se em 1244, quando os muçulmanos expulsaram os cristãos de Jerusalém. Para reconquistar a cidade foi organizada uma cruzada em 1248, sob o comando de Luís IX, da França.

Luís atacou primeiro o Egito, e Damieta caiu sem oferecer grande resistência. O exército do rei subiu o Nilo cautelosamente, mas os egípcios bloquearam o rio na retaguarda do inimigo, cortando-lhe o fluxo de suprimentos. Os alimentos acabaram e, enfraquecidos pela fome e por doenças diversas, Luís e todo o seu exército foram cercados e feitos prisioneiros.

O rei e os nobres que tinham dinheiro suficiente para tanto foram libertados mediante o pagamento de um enorme resgate. Os demais cruzados foram mortos ou vendidos como escravos.



O Fim da Cruzadas



A Sétima Cruzada terminou em tragédia, mas o pior ainda estava por vir. Em 1260, dez anos depois da derrota do rei Luís, chegou ao poder no Egito o sultão Baybars. A ele caberia unir os muçulmanos e expulsar os cristãos do Oriente.

Baybars pertencera à milícia dos mamelucos, guerreiros de elite encarregados da defesa pessoal dos sultões egípcios. Era um muçulmano fanático e tão bom general quanto Saladino havia sido. Uma a uma, as cidades e fortalezas cristãs da região caíram diante dele, até que apenas Trípoli e São João D’Arce continuaram em poder dos cristãos. Baybars morreu em 1277.

Uma trégua entre os dois lados aplacou a luta por um certo tempo, mas em 1289 os muçulmanos recomeçaram os ataques às fortalezas cristãs remanescentes. Rapidamente tomaram o porto de Trípoli e se aproximaram de Arce.

Os muçulmanos que sitiaram São João D’Arce eram cinco vezes mais numerosos que os defensores da cidade. Os projéteis lançados por suas máquinas de assalto abalaram as muralhas.

Em 18 de maio de 1291, antes do amanhecer, teve início o ataque final. Ao por-do-sol, os atacantes já estavam dentro da cidade e quando a noite caiu eram senhores de Arce e de todo o Oriente cristão. Uns poucos defensores conseguiram escapar por mar. Os que sobreviveram foram massacrados ou escravizados.

A idéia das cruzadas, contudo, não morreu depois da catástrofe de São João D’Arce. Os cristãos do Ocidente encontraram outros inimigos contra quem lutar, como os eslavos e os muçulmanos da Espanha. Novas cruzadas se dirigiram à Palestina, mas nenhuma delas conseguiu chegar lá. O sonho de uma Terra Santa segura para os peregrinos e governada por cristãos acabara para sempre.



Um balanço das Cruzadas



Os cruzados voltavam para suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e confortos descobertos durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e Gênova, ficaram imensamente ricas com o comércio desses produtos na Europa.

O grande desenvolvimento do comércio que as cruzadas propiciaram foi um dos fatores das profundas transformações que levaram do Modo de Produção Feudal ao Modo de Produção Capitalista na Europa durante os séculos seguintes; em outras palavras, aquelas grandes expedições de caráter primordialmente ou alegadamente religioso prepararam o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Em muitos outros aspectos as cruzadas foram um desastre! Os cruzados não conseguiram expulsar definitivamente os muçulmanos E isso durou por séculos, chegando até os nossos dias.

Cronologia



1071 – Os turcos destroem o exército bizantino em Manzikert, tomam Jerusalém e proíbem as peregrinações cristãs.



1095 – Concílio de Clermont. O papa Urbano II prega a primeira Cruzada



1096 – Reúne-se a “Cruzada dos Pobres”, massacrada pelos muçulmanos. Partida da Primeira Cruzada, a “Cruzada dos Nobres”.



1097 – Os turcos são derrotados em Dorileu. Os cruzados tomam Jerusalém e fundam quatro feudos na Palestina.



1119 – Fundação da Ordem dos Templários.



1144 – Os turcos capturam Edessa.



1146 – Bernard de Clairvaux prega a Segunda Cruzada.



1147 – Partida da Segunda Cruzada. Os turcos derrotam os cruzados em Dorileu.



1148 – Os cruzados não conseguem vitória significativa. Fim melancólico da Segunda Cruzada.



1181 – Saladino se torna sultão do Egito.



1187 – Saladino, liderando seus exércitos, invade a Terra Santa e conquista Jerusalém.



1189 – Frederico I, o “Barba Ruiva”, comandante da Terceira Cruzada, morre afogado.



1190 – Filipe Augusto, da França e Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra partem em cruzada.



1191 – Os cristãos capturam São João D’Arce e Ricardo derrota saladino na Batalha de Arsuf.



1192 – Ricardo e Saladino assinam um tratado de paz. Ricardo deixa o Oriente.



1198 – O papa Inocêncio III prega a Quarta Cruzada.



1204 – Os cruzados capturam e saqueiam Constantinopla.



1212 – Cruzada das Crianças.



1217 – Os cruzados se reúnem mais uma vez em São João D’Arce.



1221 – Os cruzados são emboscados no rio Nilo e forçados a bater em retirada. É o fim da Quinta Cruzada.



1228 – Frederico II chega ao Oriente liderando a Sexta Cruzada.



1229 – Frederico assina um tratado de paz reconquistando Jerusalém e os Lugares Sagrados.



1244 – Os muçulmanos tomam Jerusalém.



1248 – Luís IX, da França, conduz a Sétima Cruzada.



1250 – Luís e seus exércitos são derrotados e aprisionados.



1291 – Queda de São João D’Arce. Fim do domínio cristão na Terra Santa.





A Paz que ainda não veio



Mais de novecentos anos após a Primeira Cruzada, a região do Oriente Médio em geral, Palestina em particular, é uma das áreas mais conflituosas do globo terrestre. Desde 1948 a Organização das Nações Unidas estabeleceu um território para o Estado Nacional de Israel e um outro – Cisjordânia e Faixa de Gaza – para o Estado Nacional Palestino. Israel, além de descumprir todas as determinações da ONU, ocupa espaço em cinco Estados muçulmanos: Líbano, Síria, Cisjordânia, Gaza e Jordânia, acirrando os ânimos de fundamentalistas muçulmanos que se defendem como podem, com atos ditos de “terrorismo” e fundamentalistas judeus que oprimem o povo palestino negando-lhes autonomia e auto-determinação.

Têm havido várias guerras entre Israel e os países de Fé muçulmana. Israel conta com o apoio dos EUA, a única superpotência do mundo nos dias de hoje e, sob a suspeita de que outras nações financiavam “grupos terroristas” os EUA também descumprem determinações da ONU em guerras intermináveis no Oriente Médio. Não há perspectiva de paz à vista

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ATIVIDADES DE RECUPERAÇAO 7º ANO B

Entregar ate o dia 14/10/11

1 Quem foi Martinho Lutero? Onde e quando viveu?
2. Exponha a situação do Sacro Império Romano Germânico no contexto em que aconteceu a Reforma:
3. Explique o que são as 95 teses de Lutero.
4. Faça um quadro sobre o Protestantismo, o Calvinismo e o Anglicanismo no qual deve constar: Local, líder, resumo de sua doutrina
5. Explique o que foi o Concílio de Trento:
6. O que foi o Index?
7. Qual o papel do Tribunal do Santo Ofício?
8. Por que foi criada a Companhia de Jesus?
9. Explique de que forma a Reforma contribuiu decisivamente para romper a ordem feudal:
10. Historia das grandes navegaçoes reais e imaginarios .

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Povos Precolombianos - Introdução

Povos Pré Colombianos

astecas

Astecas – História
Se se acreditar nos contos tradicionais da América Central, os Astecas, ou Mexicas, povo de língua nahuatl, eram originários de uma região desconhecida e de localização incerta: Aztlán, algures naquilo que é hoje o México. Ali se teriam estabelecido por volta do século II da era cristã. Mil anos depois, irradiariam para o sul do México, estabelecendo-se durante mais de cem anos em Tula, a capital dos Toltecas. Entretanto, por volta do século XIV, ocupam a região da actual cidade do México, submetendo-se aos reinos que então aí existiam. Os astecas, porém, cerca de 1325 (ou 1345) fundam a cidade de Tenochtitlán (ou México), capital do seu futuro reino, cujo primeiro soberano foi Acamapichtili. Em 1428-29, dá-se uma aliança política entre essa cidade e as de Texcoco e Tlacopan, que depois se unem as três na sequência da queda da dinastia Tepaneca que dominava há muito a região da actual Cidade do México.
O soberano asteca, entretanto, assume as funções de comando dos respectivos exércitos confederados, o que proporcionou uma gradual ascensão do seu povo e o domínio efectivo sobre os outros dois. No entanto, a unidade não se desfizera, actuando como um bloco, principalmente no plano militar: depois de dominar os povos vizinhos, os aliados empreendem a conquista de terra fora da região do México. Por isso, em meados do século XVI dominavam já um vasto território, atingindo a costa do Golfo do México e o litoral do Pacífico (na região actual de Guerrero), atingindo, a sul, o istmo de Tehuantepec. Os soberanos de Tenochtitlán foram decisivos neste processo de conquistas, destacando-se Moctezuma I e Axayacatl, cujo filho, Moctezuma II, ficou célebre por ter resistido aos conquistadores espanhóis comandados por Hernán Cortez, que tomou Tenochtitlán e acabou por matar o referido monarca. Todavia, o filho e o sobrinho de Moctezuma II, respectivamente Cuitlahuac e Cuauhtémoc, tentaram resistir aos espanhóis, embora fracassando. Cuauhtémoc foi o último imperador asteca, tendo sido deposto em 1525.
Organização social e política
Originariamente igualitária, dividida em clãs (calpulli) a sociedade asteca transformou-se gradualmente devido a diferenças e choques entre a nobreza e o povo, surgindo também novos grupos sociais (mercadores, funcionários, artesãos) detentores de grandes privilégios. Os comerciantes tinham mesmo uma função de espionagem nos territórios exteriores onde comerciavam. Abaixo destes estratos, estavam as gentes comuns (macehualtin), cidadãos livres sujeitos a tributos e corveias. Na base estavam os camponeses sem terras (mayeques), e os escravos, que tinham alguns direitos, como a posse de terras ou o casamento com cidadãos livres. Por oposição, no topo estava o tlaotani, chefe político, militar e talvez religioso, personagem que durante o reinado de Moctezuma II deteve imenso poder. Abaixo deste, estava o cihuacoatl, primeiro-ministro e juiz supremo, comandante militar e regente na ausência do tlaotani. O poder executivo era composto por quatro conselheiros eleitos ao mesmo tempo que o soberano. Existiam ainda os chefes detentores de títulos, terras e cargos, a nobreza. A sociedade asteca não era fechada, pois a guerra, elemento muito importante nesta civilização, era uma forma de se poder obter honras e distinções.
A formação dos futuros cidadãos era feita em dois tipos de escolas: o telpochcalli, onde as crianças aprendiam as artes da guerra; o calmecac, para o ensino da religião e das artes. O primeiro provavelmente terá servido os cidadãos livres do povo, o segundo para a nobreza.
Economia
A principal actividade era a agricultura, desenvolvida e produtiva, baseada no cultivo de milho e legumes, como o tomate ou os pimentos. Os astecas cultivavam “jardins flutuantes” na laguna do México, junto a Tenochtitlán, autênticas maravilhas da técnica agrária. Criavam perus e também cães, de que apreciavam imenso a companhia e a… carne. O comércio era muito desenvolvido entre os astecas, trocando manufacturas da sua capital por produtos como o jade, o cacau, o algodão, metais preciosos e plumas de aves das regiões tropicais. Para além da riqueza amealhada no comércio, arrecadavam somas consideráveis nos tributos das trinta e oito províncias do império.
Religião

Máscara Asteca
Era uma civilização politeísta e prestava grande importância a cada momento da vida humana, o que explica o grande poder dos sacerdotes astecas, reguladores das forças naturais. Entre os seus deuses, destacam-se Huitzilopochtili, deus da Noite e da Guerra, rival de Quetzalcoátl, o grande deus da civilização asteca; Tlaloc, deus da Chuva; Chalchiuhtlicue, sua companheira; e Tlazolteotl, deusa do Amor. Os astecas ofereciam sacrifícios rituais aos deuses, às vezes humanos (e até canibalismo ritual), muitos deles cativos de guerra. Os astecas acreditavam que o destino do homem no além dependia da forma como morria: os guerreiros, quando mortos em combate, acompanhavam o sol até ao seu zénite. Davam imensa importância ao futuro, que se “previa” segundo a adivinhação através de um calendário de 260 dias, sendo uma tarefa dos sacerdotes, que a desempenhavam em dias festivos ou em grandes acontecimentos públicos. A astronomia asteca, apoiada no culto solar, atingiu desenvolvimentos e graus de conhecimento extremamente avançados.
Arquitectura e artes plásticas
Pouco restando da sua arquitectura, os astecas construíram obras monumentais, destruídas posteriormente pelos conquistadores espanhóis. Inspirava-se na arte Tolteca e de Teotihuácan, bem como no estilo huáxteca, embora tivesse elementos originais. Os templos eram imponentes, bem como as pirâmides, ladeadas de outras construções. A capital, Tenochtitlán, terá sido um conjunto arquitectónico impressionante até à sua destruição pelos espanhóis. As estátuas e baixos-relevos são também identificativas da arte asteca, com particular destaque as composições de carácter religioso, como a estátua gigante da deusa Coatlicue, ou o célebre e enorme calendário solar. A ourivesaria e as plumagens eram expressões artísticas de grande importância entre os astecas, bem como as máscaras e as peças de joalharia. Os templos e palácios eram, como no Egipto, ornados de frescos e inscrições hieroglíficas consteladas de coloridas ilustrações. Todo este património móvel e imóvel foi pilhado e arrasado pelos espanhóis depois de 1525.

Praça das três culturas (ruínas do Império Asteca), Cidade do México
Literatura
O grande instrumento da literatura asteca era a sua língua, o nahuátl, que tinha uma forma de escrita que depois foi decifrada e transcrita pelos espanhóis, que ainda assim destruíram muitos manuscritos desta civilização. Os textos que chegaram até nós foram transmitidos pelos missionários, que recolheram e transcreveram as tradições nahuátl pré-colombianas (por exemplo, os códices Borbonicus, Tonamatl ou Mendoza). Os principais temas eram os religiosos, rituais, mitológicos, históricos ou genealógicos. Quanto à forma, a poesia foi o género mais cultivado, muitas vezes associada à música ou à dança. Com o canto (de guerra, divino ou florido) e as coreografias, cada palavra dos poemas ficou gravada na memória dos dançarinos e do seu povo, o que fez com que esse património artístico asteca perdurasse até hoje. A prosa era também cultivada, principalmente a retórica – de carácter moralista ou educativo – e a narrativa histórica, as lendas e as genealogias, fontes preciosas de informação sobre a civilização asteca. A tradição literária asteca manteve-se ao longo da dominação espanhola, mesmo na língua dos conquistadores.

maias.

Maias – História
O território maia dividia-se em três zonas: a Norte, que compreendia a península do Iucatão; a do Centro, abrangendo o norte da Guatemala; a Sul, que abrangia as terras altas desta última região e Chiapas, bem como litoral confinante do Pacífico. As primeiras comunidades agrícolas maias remontam a cerca de 2000 a. C – 250 d. C. (período pré-clássico). As primeiras pirâmides surgem nos últimos 500 anos desse período, tal como a cerâmica pintada ou as abóbadas em sacada dos templos, tão características da arquitectura maia. Entre 250 e 950 da era cristã, o período clássico, os maias atingem a sua máxima expansão territorial, principalmente no Centro. A região do Sul, porém, começou a entrar na órbita de povos oriundos de Teotihuacán, grande metrópole do México central.
Na parte final da época clássica, todavia, começa a decadência maia nas terras do Centro, com o abandono de inúmeras cidades. A causa deste declínio maia nesta região ainda está envolta em brumas, antevendo-se hipóteses ligadas a guerras ou consequências de excesso populacional. O período pós-clássico (950-1500) foi marcado pela chegada dos Toltecas, provenientes da região central mexicana. Os cronistas maias atribuem-lhes o insuflar de um renascimento maia no Iucatão, onde Chichen Itzá se tornou na nova capital. Foi, entretanto, abandonada cerca de 1200, passando Mayapán a capital da região, que passa a liderar uma liga de cidades-estado com o seu nome. No entanto, a rivalidade entre linhagens nobres determinou a destruição e abandono da cidade, lançando o Iucatão na anarquia e em contínuas guerras entre as cidades-estado. O Sul, contrariamente, era constituído por pequenos estados fortes, que reivindicavam uma origem tolteca.
Em meados do século XVI, os Maias ocupavam um território entre o norte de Iucatão e a costa do Pacífico da Guatemala, atingindo as Honduras e o actual estado mexicano de Tabasco. Com a conquista espanhola em 1511, a região Centro passa a ser a zona de refúgio dos fugitivos maias; no Iucatão e nas terras altas assistiu-se à concentração da população maia em aldeias de evangelização. Não obstante a resistência aos espanhóis, a população maia declina e conhece a opressão do invasor, para além das mortandades devido a epidemias dizimadoras. Subsistem ainda hoje, no Iucatão mexicano, na Guatemala e Belize cerca de 300 000 descendentes dos maias, com algumas das tradições e estruturas sociais antigas.
Organização social e política
A sociedade maia dividia-se em classes sociais. A nobreza, possuidora de terras e cargos decisivos, era detentora dos mais altos títulos militares e religiosos. A maior parte da população era composta por camponeses, que sustentavam a nobreza, o clero, os comerciantes e os artesãos. Talvez existissem servos nas propriedades da nobreza, tal como escravos, antigos prisioneiros de guerra. Os maias não construíram um grande império (como os Toltecas, Astecas ou Teotihuácan no México central), antes dividiam-se em cidades-estado governadas por uma linhagem masculina, como quando chegaram os espanhóis. No entanto, existiram grandes cidades que dominaram territórios adjacentes de grande extensão. O clero era poderoso, detendo o monopólio de todos os conhecimentos.
Economia
A agricultura era a principal actividade (milho, legumes, cacau, algodão, frutos). Criavam-se cães, perus e abelhas, não se descurando a caça ou a pesca. O comércio entre cidades vizinhas ou com regiões afastadas era bastante dinâmico e rentável. Os principais produtos eram o cacau, as plumas de quetzal, a obsidiana, as conchas ou o jade, que chegavam a longínquas terras por terra ou por mar.
Religião
Era uma religião politeísta. As divindades mais conhecidas e representadas eram Chac, deus da Chuva, Kinich Ahau, do Sol (que se transforma em jaguar durante o seu trajecto nocturno “sob” a Terra) e o deus da Morte, que tinha várias designações. Existiam deuses para cada classe social ou profissão, como o de Kukulcán, grande herói mitológico dos maias. O clero maia tinha também responsabilidades e supervisão sobre o plano científico, não se restringindo apenas à esfera religiosa.
Arquitectura, artes plásticas e artesanato


O plano-tipo dos centros de culto dos maias consistia numa praça rectangular rodeada por três ou quatro pirâmides e plataformas. As pirâmides eram degraus, por vezes de grande declive. Em torno de edifícios de grandes fachadas esculpidas, situavam-se as áreas residenciais. A arquitectura ganhou um carácter fortificado na segunda metade do período pós-clássico (entre 1200 e 1500), devido às guerras sucessivas entre os pequenos estados.
A escultura maia conheceu as suas melhores realizações nos altares e estelas em frente aos templos. Era quase sempre feita em baixo-relevo. As estelas representam dignitários vestidos de forma complexa, contendo inscrições hieroglíficas (datas e inscrições dinásticas); a mais antiga, existente em Tikal, na Guatemala, remonta a 292 d. C.. Conservaram-se mal, todavia, as pinturas interiores dos edifícios. Os maias eram um povo de artistas de grande perfeição e requinte. Trabalhavam o jade, as conchas, a obsidiana ou a cerâmica, quer para ornamentação quer para utensilagem.
Ciências
A escrita hieroglífica maia era a mais elaborada da América Central pré-colombiana, utilizando ideogramas e fonogramas. Os principais textos eram de carácter cronológico ou astronómico, existindo também o dinástico. Possuíam um sistema numérico e de cálculo. Usavam dois tipos de calendário, como sucedia em outros povos da América Central: um ritual, de 260 dias divididos em 13 períodos de 20 dias cada; outro solar, com 365 dias mas com 18 meses de 20 dias cada, sobrando 5 adicionais. Cada data era representada nos dois calendários, com cada combinação a repetir-se apenas de 52 em 52 anos. A data da “fundação” da civilização maia corresponde a 3113 a. C..
Literatura
Devido à diversidade de línguas utilizadas, a literatura maia é difícil de compreender, facto que é agravado pela existência de caracteres pictográficos em parte ainda por decifrar. Mesmo os códices maias conservados até hoje (o de Dresden, o de Madrid ou o dos Três Cortesãos, por exemplo) escondem ainda muitos segredos. Também graças aos missionários espanhóis e às suas transcrições e estudos – e a muitos índios actuais – nos é possível conhecer esses textos e tradições literárias. Os cronistas espanhóis mais uma vez forneceram inúmeras informações etnográficas e históricas essenciais para a compreensão dos textos maias. A literatura maia tornou-se mais conhecida graças à obra mitológica Popol-Vuh (origem do mundo e da humanidade, bem como da genealogia maia) e ao drama Rabinal Achi (de inspiração religiosa e guerreira). O primeiro contém uma linguagem de grande intensidade poética. Dos maias do Iucatão chegaram-nos os livros dos Chilam-Balam, cujo teor profético e mitológico não deixa de apresentar grande interesse histórico, religioso e astronómico. Existiam também textos de género médico e farmacêutico impregnados na mitologia, na astronomia, na história e na religião, temas fundamentais da literatura maia.


Incas


Esta é Machu-Pichu, cidade inca que graças às montanhas que a rodeiam, ficou perdida ao mundo até 1911, quando foi descoberta pelo arqueólogo americano Hiram Bingham. É impressionante o fato de ter sido construida a elevada altitude e provavelmente tinha fins religiosos

INCAS
Idioma – A língua era o quéchua, falado por todo o território em vários dialetos. Outros povos conquistados pelos incas podiam manter seu idioma original, desde que falassem o quéchua como língua principal.
Hoje, quase a metade da população do Peru ainda usa o idioma
Escrita – Não desenvolveram a escrita. Mas criaram um complexo sistema para números na forma de nós distribuídos em uma corda. Apenas pessoas especialmente treinadas entendiam essa contagem, cujo significado não foi totalmente decifrado até hoje
População – Foi o maior dos três impérios em número de súditos: 12 milhões de pessoas. As conquistas territoriais pela cordilheira dos Andes e ao longo da costa do Pacífico começaram no início do século 15. Cem anos depois, a população sob domínio inca atingiria seu auge
Cidades – Na época da chegada dos espanhóis, em 1532, calcula-se que Cuzco, a capital do império, tinha cerca de 40 mil habitantes. Outra cidade inca bastante famosa, Machu Picchu, era bem menor, abrigando em torno de mil pessoas
Sociedade – Era uma civilização muito estratificada, em que era quase impossível mudar de classe social.
O poder supremo pertencia ao imperador, que era auxiliado por uma aristocracia hereditária. Esta exercia a autoridade com rigor e medidas muitas vezes sangrentas
Poderio militar – Seus exércitos, de camponeses recrutados para campanhas militares, eram muito numerosos. Tinham como armas principais lanças de madeira com várias pontas de pedra e atiradeiras (feitas com lã de lhama) para arremessar pedras
Ciência e tecnologia – Possuíam conhecimentos astronômicos avançados e eram capazes de aplicar conceitos de matemática e geometria nas suas construções. Apesar disso, a tecnologia de construção dos incas era relativamente simples, fazendo uso em especial de artefatos de pedra
Grandes realizações – Construíram um incrível complexo de estradas ligando todo o império. O sistema tinha duas vias principais no sentido norte-sul: uma, com cerca
de 3.600 km, corria ao longo da costa do Pacífico e a outra, com quase a mesma extensão, seguia pelos Andes.

civilizaçoes pre colombianas 7º ano A,B


Civilização Maia

O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.

Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra.

A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

cultura maia Arte e arquitetura: pirâmide da civilização maia

A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.

Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.

Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.

Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.


Civilização Asteca

Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.

A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).

Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região.

cultura asteca Arte asteca e arquitetura: pirâmide da civilização asteca

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.

O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas.

A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.

Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

Civilização Inca

Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.

cultura inca pintura: arte inca

O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.

Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.

Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.

A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).

Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.